Em plena campanha eleitoral de 2012 o então prefeito do qual éramos
adversários plotou a frota com números pequenos, numerando o principal ônibus
circular com um enorme 45 com cerca de 80 cm de diâmetro. Nós, que apoiávamos a
candidatura de Ivan entramos com ações judiciais para remoção do número 45 dos
veículos, sem efeito. O que surpreende é que hoje, 1º de janeiro de 2017, findo
o mandato do nosso candidato que fora eleito, o número 45 continua plotado no
mesmo veículo, hoje parado no almoxarifado, tendo corrido mais de 3 anos após
nossa denúncia.
Se fosse
apenas isso! Quando o prefeito Marco Régis deixou o Paço, não demorou uma
semana para o prefeito Esquilo pintar todos emblemas da administração que saía,
e em pouco mais de um mês afixou a sua marca, que, passado os 4 anos de seu
mandato e os 4 do sucessor adversário, ainda estão estampados na frota
municipal e em diversos próprios públicos. Diga-se de passagem, que até
prefeitos reeleitos trocaram o emblema da administração.
Aliás, surpreendeu-me,
ver que em 2015 ainda se emitiam alvarás da Vigilância Sanitária onde constava “Administração
2009-2012”!
No primeiro
dia que entramos no novo prédio do Paço Municipal, na R. Fausto Martiniano,
vimos pintado num vitral o nome do ex-prefeito: “Sérgio Arlindo Cerávolo
Paoliello”, em letras garrafais. Era 1º de janeiro de 2013, e um aliado disse: “precisamos apagar essa ousadia, é um
absurdo, é ilegal”. E Sérgio Paoliello reassume com seu nome lá, sem
qualquer modificação.
* * *
Aliás, durante a campanha, me lembro
do professor Ivan dizendo: “Foi ilegal a
mudança de prédio da Prefeitura sem autorização do Legislativo. A sede consta
na Lei Orgânica, e iremos voltar ao prédio antigo”. E? Nem preciso dizer!
Nem uma palha foi movida.
Ivan disse
no Moçambo: “Veja essa escola aqui do
bairro, fechada a maior parte do dia, em meu governo as escolas funcionarão em
tempo integral”. Passados 4 anos nenhuma sala de aula aberta, e duas
escolas fechadas – não pela gestão do governo Ivan – diria mais pela “digestão” de propostas alienígenas. A EE
Cel. José Martins foi fechada por ordens do prefeito Ivan para atender
interesses da diretora da EE Prof. Salatiel de Almeida em ter mais alunos, e a
EM Dr. José Januário de Magalhães (Colégio Comercial) foi fechada para atender
aos interesses do diretor do IFSULDEMINAS naquele prédio. Cumpre lembrar que
ambos os interessados foram adversários políticos do prefeito e continuam
sendo.
Nem é só
isso. Tudo continuou em estado inercial, acontecendo de forma natural, como um
rio, sem inovações. As verbas de convênios foram reduzidas e os repasses do
Patrimônio Histórico zeraram por desaceleração nos projetos e por ausência de
pessoas que tivessem conhecimentos técnicos suficientes.
Aliás, o
pároco de Monte Belo precisava de uma Carta de Data que toda a administração
não conseguiu achar e eu achei em poucos minutos.
O Carnaval
de rua sucumbiu pela preguiça do alcaide. Os PSFs continuaram os mesmos. As
obras concluídas e veículos adquiridos já estavam na planilha de dezembro de
2013, nada novo, nada original.
Aliás, houve
uma inovação: uma belíssima praça no Trevo da cidade, algo original, sui generis, mas, que gerou protestos
pelo corte de dois arbustos!!! A antipatia do povo com o prefeito era tão
grande que até quando ele fazia uma coisa boa se achava defeito. “Ah não, até que é legal essa pracinha, não
é importante, mas é original, bonitinho. Não é possível, temos que achar um
defeito.... Já sei!!! Cortaram duas arvorezinhas, vamos pro Facebook falar mal
do prefeito”. Pracinha que por sinal, virou um pequeno apêndice do trevo
após a remodelação completa efetuada pelo IFSULDEMINAS.
* * *
E a equipe
de Ivan? Surpreendente!!! Eu ficava pensando: como ele a selecionou? Quais
foram os critérios? Foi um sorteio?
E no começo
eu acreditava... E ele não tinha nenhum controle, ou informação ou nada.
Mas o povo
pegou birra. As urnas mostraram isso. O prefeito apoiado por Ivan em sua
sucessão tinha que escondê-lo e pedir para pessoas que pudessem lembrar Ivan se
esconderem. Os coordenadores da campanha de Paulinho falavam: “Esconde o Ivan. Não deixa o povo ver que esse assessor tá no
comitê. Não deixa aquele outro secretário plotar o carro dele não, ninguém pode
associar Paulinho com Ivan”.
Paulinho
perdeu centenas, quiçá milhares de votos, apenas por ter o apoio de Ivan, o
qual, sequer citou durante a campanha.
Ivan é o
primeiro prefeito de Muzambinho que não conseguiria se eleger sequer vereador
no mandato subsequente.
* * *
Uma coisa podemos
falar de Ivan: nunca um prefeito foi estrela dos domingos da Globo. No Faustão
lembrado por Alexandre Nero, como algo que ele jamais foi como prefeito:
austero, firme. No Fantástico zombado no “Me
Leva Brasil” por querer banir os galináceos da cidade.
* * *
O título
desse texto foi alusão a como Dias Gomes se referia à viúva Porcina, da trama
Roque Santeiro. Mas Ivan, apesar das mesóclises e citações eruditas como dos
personagens de Gomes, não era engraçado e nem dramático. Simplesmente, não era.
Não foi um governo, foi um desgoverno.
A história
vai enterrar Ivan, e esquecê-lo. Não há o que falar mal. Mas não vai deixar
saudades, de um governo inercial, de um prefeito inexistente, que em sua
limitação sequer compreendeu o nível de sua ruindade.
É isso. Ivan
nem noção de que foi ruim tem. Não percebeu. “Eu respeito, mas não concorrrrrdo”. Pois é, prof. Ivan, entrou
para a história, e daqui a 10 anos, quando os jovens vê-los na galeria dos
ex-prefeitos:
- pai, quem é esse
I-V-A-N, eu nunca ouvi falar.
- nem eu, meu filho,
nem eu....