quinta-feira, 4 de abril de 2019

Análise de Grupo

Em 6 eleições que Esquilo foi candidato eu não votei nele. Fiz inúmeras críticas, ataques fortes, e, ele sempre me ajudou mesmo assim.
Discordo dele por motivos de visão de mundo - a forma que ele entende o que é fazer política é diferente da minha. Mas acho que ele tem pontos bastante respeitáveis, como a forma que nessa gestão ele conduz a Educação - que ao meu ver é bem sucedida - e ele deixa totalmente na mão de pessoas competentes, sem intervir e dando todo apoio necessário.
O grande problema é que o grupo político que eu estive junto, esfacelado, parece que dá cabeçadas inúmeras e mostra incoerências e falta de coesão.
É claro que muito do que me mostram ou me consultam são coisas que eles estão corretos. Vejo erros gravíssimos na administração, algumas passíveis de medidas graves jurídicas e políticas. Mas não é essa a questão que eu quero tratar - é da irracoinalidade.
Primeiro, Esquilo é inquestionavelmente um líder legítimo. É a pessoa que desde a criação do título "prefeito" em 1930 mais tempo ficou à frente do poder executivo em Muzambinho - mais de 10 anos, em 3 eleições. Repito: em nenhuma delas ele teve meu voto.
Segundo: o grupo contrário foi sofrendo metamorfoses - começou com remanescentes do grupo político de Del Gáudio, que logo se uniu com os párocos Francisco e Guaracyba, depois incorporou figuras surgidas em outros contextos, como Marco Régis ou o outsider Ivan de Freitas e mais recentemente Paulinho Magalhães, que foi vice de Esquilo, sem romper com ele durante 4 anos de mandato.
Esse grupo híbrido, em metamorfose, mais parece um grupo desesperadamente com vontade de que Esquilo não esteja no poder, ao ponto de cometer irracionalidades. Um grupo que eu apoiei, algumas vezes por opção, outras por falta.
Marco Régis, uma figura extraordinária e limpa da histórai de nossa cidade, a princípio, não tinha apoio desse grupo.
Apareceu sozinho, ganhou as eleições. Depois, sem apoio desse grupo, virou deputado. Em sua reeleição para deputado teve o apoio até de Esquilo, mas não desse grupo, que apoiou a eleição de deputados ligados ao PSDB (Miguel Martini, então no PHS). Quando viram a possibilidade de vencer com Marco Régis, em 2004, se uniram com ele.
Acontece que Marco Régis não é um fantoche. É uma pessoa com personalidade própria, idéias, e pouco pragmático. Não se curvou, e fez uma gestão autêntica, dele mesmo. O que o grupo fez? Foi atrás de outra figura: Ivan de Freitas, derrotado por esse grupo em 2004.
Em 2008 lançaram Ivan e Esquilo voltou ao cargo. Em 2012 tentaram, e, como meu apoio inclusive, elegeram Ivan de Freitas.
Foi a felicidade geral desse grupo a eleição de Ivan. Diferentemente de Marco Régis, com Ivan tudo podia. Com fama de ter sido um diretor enérgico e austero na antiga Escola Agrotécnica, foi um prefeito passivo e permissivo, sem visão de coletivo, totalmente incompetente e alheio ao mundo, permitindo um desgoverno desastroso jamais visto em Muzambinho. Para se ter a idéia da personagem alienada que é Ivan, o mesmo, na contracapa de seu livro afirma ter sido coordenador da área de geografia e história dos PCNs - o que é aparentemente uma mentira (pois de fato ele nunca fez parte de qualquer debate do PCN), na realidade é fruto das dificuldades cognitivas e de entender a complexidade da realidade - ele foi apenas coordenador de um Grupo de Trabalho que fez as propostas pedagógicas dos cursos de ensino médio da rede federal de ensino, nessas áreas que ele disse - algo infinitamente inferior ao que ele divulga em seu livro - fazendo isso não por mentira, mas por incapacidade de entender a própria realidade.
Ivan foi tão ruim que o próprio grupo o abandonou e sequer cogitaram sua candidatura. No vale tudo para deixar Esquilo de fora foram atrás de Paulinho Magalhães, que havia sido vice de Esquilo 4 anos e se candidatou para a reeleição - ou seja, 4 anos sem rupturas, o que indica concordância com o governo de Esquilo.
Recapitulemos: tentativa frustrada com Marco Régis, que governou como bem entendeu. Governo desastroso, impopular e incompetente de Ivan de Freitas. Correram atrás de alguém ao invés de criar um líder no próprio meio.
A eleição de Paulinho merece um adendo. Marco Régis nunca foi desse grupo, mas andou com esse grupo. Virou "persona non grata" no grupo por ter recusado apoiar Paulinho. A situação bizarra é que quem critica Marco Régis não o apoiaria de jeito nenhum. Marco Régis era candidato de um grupo adversário ao de Paulinho, não fazia qualquer lógica apoiá-lo. Mas o pragmatismo de muito eleitor humanista de Marco Régis fez eles apoiarem Paulinho, pois era o "menos pior". Eu votei em Paulinho por pragmatismo.
A absurda incoerência dos opositores ao Esquilo se consolidou quando no 2º turno entre Romeu Zema e Anastasia se declarou o voto em Zema. Se esse grupo fosse coerente, votava em Anastasia ou anulava o voto - em Zema de jeito nenhum. Só votaram em Zema pq associam Anastasia com Esquilo, e fizeram isso para ser contra.
Esquilo, evidentemente, comete erros. É bastante incompatível com o que penso para administrar. Mas a oposição parece-me muito incoerente.
Perguntam: "então você mudou de lado?". Na realidade esse grupo mudou de lado o tempo todo, desde que ficassem com quem era contra Esquilo. Eu mudei de lado quando fui apoiar Paulinho ao invés de apoiar Marco Régis - com quem tenho inúmeras afinidades ideológicas. Eu provavelmente não votarei em Esquilo, nem estarei do lado dele. Há coisas muito boas nesse grupo, e já me posicionei recentemente a favor do atual ícone do grupo - o vereador Canarinho - o qual vejo virtudes em sua atuação.
Mas se for falar de virtude, há muita gente boa por aí. Marco Régis é um quadro extraordinário, lúcido, transformador, capaz de resgatar muito que a cidade perdeu. O vice-prefeito, Luizinho Dentista, que eu votei 2 vezes para vereador, meu colega de partido por muitos anos: valoroso, inteligente, humano, compromissado com a coisa pública. Não os vi em má companhia nas últimas eleições e nunca foram suspeitos de nada errado.
É com essas e outras que Muzambinho desandou há muito tempo para apenas duas posições: a favor e contra Esquilo. E quem quiser entrar no barco um pouco entra aí!