sexta-feira, 27 de maio de 2016

A FALÁCIA FASCISTA DA ESCOLA SEM PARTIDOS

A FALÁCIA FASCISTA DA ESCOLA SEM PARTIDOS

O professor não tem o direito de fazer PROSELITISMO em sala de aula.

MAS TEM SIM o direito de manifestar sua opinião.

Quem leu Nietzsche observou que o filósofo alemão nos explica que todos os valores sao decididos por alguém, como bons ou ruins.

Por qual motivo desejar o mal ao outro, sentir inveja, tentar levar vantagem em tudo, é errado? Por qual motivo roubar ou matar é errado? Por uma valoração moral.

A Moral é uma decisão de alguém ou de um grupo social, ela não é universal, não é total. Até mesmo o valor de "não matar" é um conceito moral.

Diferentemente do que os fascistas pregam, não existe neutralidade no ensino, toda educação é por si um ato político (Paulo Freire já explicava isso).

E não existe argumento algum que não possa ser refutado - e isso é lição de Górgias, 400 anos antes de Cristo, na Grécia Antiga, e a base da democracia.

Só existe democracia quando os valores morais podem ser questionados, ainda que obrigatoriatoriamente devam ser respeitados por força coercitiva do Estado, do qual renunciamos alguns valores e liberdades em troca da proteção deste (veja o Leviatã, de Tomas Hobbes).

É claro que o professor não pode impor sua opinião, seus valores religiosos, seu partido político ou sua idéia sobre as questões de gênero, porém, ele pode sim opinar, apresentar sua visão de mundo e servir ou não de exemplo para seus estudantes.

Ele sim precisa apresentar as diversas visões de mundo aos estudantes, mas apenas aquelas que são consagradas pela academia. Para entender: ele precisa falar de Foucault, Nietzsche, Kant, Platão, Marx, Descartes, mas não deve falar, por exemplo, como se fossem validadas as teorias de Inri Cristo, por exemplo.

As escolas de Direito usam livros do Fernando Capez, que é um político do PSDB, da mesma forma que as escolas de Pedagogia usam Paulo Freire, pois ambos são teóricos sérios e respeitados, indistintamente de suas posições políticas. Até mesmo Michel Temer e Anastasia devem ser respeitados pelas suas posições teóricas.

É diferente estudar um texto acadêmico do Anastasia ou Delfim Neto do que estudar a transcrição de um discurso do Bolsonaro ou do Marcos Feliciano.

Erram os fascistas que propõe para Educação a neutralidade quando invocam a supralegalidade Pacto de San José da Costa Rica para defender o direito do pai dar a educação moral e religiosa aos filhos.

Os pais sim tem o direito de dar a educação moral e religiosa aos filhos, mas não tem o direito de impedir a sociedade e outras pessoas de apresentar para eles outros argumentos. O pai que ensina o filho a tirar vantagem em tudo ou que ensina ao filho que pode ser machista ou que a mulher deve ser subjulgada, SIM, a escola tem o direito de apresentar outra versão, e, entendo que pelo PNDH3, tem o dever de apresentar ao filho uma outra moral, pela qual ele opta pela qual escolher.

Aiinda que o Pacto dissesse que a educação é exclusiva dos pais - não diz, a supralegalidade do Pacto não é superior aos mandamentos da Constituição Federal que dizem no art. 206 que o dever de EDUCAR (e não apenas de ensinar) é do ESTADO (pelas escolas públicas) e da FAMÍLIA, colocando o Estado em primeiro lugar. E ainda diz que a Sociedade deve ajudar na Educação (no caput do mesmo artigo).

A Carta Magna no art. 207 também dá garantia de
- PLURALIDADE DE CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS (inciso II)
- LIBERDADE DE ENSINAR E DE APRENDER (inciso III)

Nessa liberdade de ensinar e de aprender inclui a liberdade de apresentar teorias, de colocar argumentos, de mandar refletir.

É triste a ignorância dos que acham válida a Lei Alagoana e a de Campo Grande que proíbe os professores de falarem sobre "ideologia de gênero" ou os proibem de doutrinar. Essas Leis, bem como o projeto da hipócrita Escola Sem Partidos (aquela do Alexandre Frota) ferem a CF no art. 206 e 207, e, portanto, não possuem legalidade ou legitimidade.

Além disso, NEUTRALIDADE não existe. Quando os "gênios" da ESP, fascistas e conservadores, lerem Popper ou a crítica dos Annales sobre a História da Escola Metódica ou a desconstrução nietzscheniana do sujeito cartesiano, E ENTENDEREM, aí sim, eles terão respeito.

Ignorante quem diz quem Paulo Freire pregava a revolução, ele pregava o amor, a igualdade. Lamentamos pela burrice dos incautos, muitos deles formados em curso superior em São Paulo.

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