ANÁLISE DO CENÁRIO POLÍTICO DE MUZAMBINHO
Sempre quando critico o fracasso de incompetência do governo de Ivan de Freitas, que também me traiu, pois sem meu apoio ele não me elegeria, eu repito: era a nossa chance de fazer uma Muzambinho melhor.
Ivan foi eleito sem o apoio do empresariado, da Maçonaria, do instituto Federal ou da Igreja, e, com um discurso moderado poderia fazer grandes transformações na cidade, e coragem ele tinha e é um homem honesto.
Mas foi ingrato. Além de ser pessimamente assessorado. O grupo não entende NADA de política e governou a cidade com a mesma estratégia que se administra um conselho de bairro ou um clube de senhoras, sem técnica de administração pública e sem visão de governo.
Ivan prometeu governar com base no PLANEJAMENTO e governou sem plano algum. Prometeu ser democrático, e no início convocou todos - eu, Marco Régis, e todos os demais, para nos ouvir, mas logo mudou de idéia.
Faltou técnica, faltou visão, faltou gratidão, faltou ciência.
Eu sofro que era A GRANDE OPORTUNIDADE de fazermos o melhor pra Muzambinho.
De um lado, Sérgio Paolielo com uma visão conservadora e burocrata de Muzambinho, aliado com pessoas de integridade duvidosa. De outro lado, Paulinho Magalhães com uma chapa-salame, que congrega uma infinidade de políticos de ideologias diferentes, e contando com apoio das mais diversas corporações distintas: das chamadas Comunidades Eclesiais de Base pelo Padre Guaracyba (ainda empresário nessa cidade) até o apoio da Maçonaria e empresariado, onde o poder estará tão fragmentado, que no fundo, qualquer transformação necessária - para um lado ou para outro - estará inviável após uma vitória.
A candidatura de Marco Régis, com um apelo pela manutenção da Esquerda, parece o Exército Brancaleone dos esfarrapados, com apenas três nomes de vereadores viáveis. Chega em um ponto que a candidatura parece ter menos força do que aquela de 1988 que acabou vitoriosa.
O cenário é desolador. Esquilo parece o vencedor no atual momento e conta com maior apoio popular, mas seus principais cabos eleitorais são os nomes mais truculentos que lhe acompanharam, inclusive aqueles que empenharam violência física contra mim e minha namorada em junho de 2012. E o que será a sua propaganda senão atacar o governo Ivan, já que é impossível atacar Paulinho, que fora seu vice anos atrás.
O apelo da coalizão Frankestein de Paulinho poderá ser atendido, pela enorme quantidade de cabos eleitorais diversos, que vai de Canarinho até o PT, com apoio que vai de Emidinho Madeira até Aelton Freitas, passando por Geraldo Tadeu e Odair Cunha. Qualquer ação programática de ruptura será impossível, pois no seio do grupo há toda sorte de grupos políticos.
Paulinho será, parodiando o governo mambembe de Temer, uma "ponte para o futuro", mas apenas a ponte, não o futuro. Não vejo a possibilidade de transformar Muzambinho que Ivan teve em suas mãos. Acredito que poderá governar bem, mas terá amarras nas mãos, e disputas internas colossais.
Existe uma tendência aparente de vitória de Paulinho, mas existia uma tendência aparente de vitória de José Ubaldo em 1988, com o maior grupo político da ocasião e Marco Régis levou. Em 1996, Dr. Carlos tinha um grupo agigantado pelos oportunistas que giravam em torno de Marco Régis,na época deputado, e Nilson Bortolotti sem apoio de ninguém foi eleito.
Nas duas ocasiões, de 1988 e 1996, foi eleito o candidato mais improvável pela mistureba feita com a chapa principal e o abandono de forças emergentes.
Em 1988, o candidato de Del Gáudio, o pai de Paulinho, foi deixado de lado para fazer uma super-chapa com José Ubaldo, que acabou amargando um terceiro lugar. Em 1996, Dr. Carlos fazia eleição para seu vice de chapa, onde meu pai foi derrotado por Maria Antonieta, numa eleição em dois turnos, que parecia um plebiscito - na época, Dr. Carlos tinha apoio de 6 dos 8 vereadores que lhe fizeram oposição na Câmara 4 anos antes, e amargou uma derrota improvável para um Nilson que ninguém acreditava que tinha vida própria sem Del Gáudio: ou seja, aquele visto como fantoche venceu o protagonista irmão do deputado.
O que será dessa eleição? Não sei. Tudo pode acontecer.
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