Efeito Ivan e suas
consequências no pleito de 2016
Estudante de História de Muzambinho que sou, vislumbro o processo
eleitoral de 2016 sem o mínimo entusiasmo ou sem vislumbrar qualquer
possibilidade de mudança. Muito pelo contrário, o que virá por aí parece que certamente
representará mais retrocessos no progresso de Muzambinho do que a catástrofe sem
precedentes do atual governo: ou seja, mesmo com todo ressentimento que tenho por
Ivan, ainda prefiro ele diante do quadro que se vislumbra.
Muzambinho
precisa mudar, e há 6 meses das eleições esgotaram-se todas as possibilidades do
surgimento de uma nova esperança, fruto do esfacelamento do grupo diante de um
prefeito que sempre demonstrou totalmente despreparado para a função, apesar de
suas boas convicções.
Sim, o
governo Ivan foi um fracasso. Não apenas no sentido de administrar mal ou de
ter baixa popularidade perante o povo de Muzambinho, mas de demonstrar não ter
a mínima capacidade de verificar os seus próprios erros e antever as
consequências.
E Ivan teve
um bônus: foi vencedor das eleições federais em Muzambinho em todas as esferas,
algo que jamais havia acontecido. Não soube canalizar os bônus, não ouviu ninguém,
e em sua teimosia incorrigível condenou não apenas seu nome na História ou o
progresso e Muzambinho, condenou todas as chances das forças progressistas
pelos próximos anos.
FORÇA PROGRESSISTA
Direita e Esquerda são conceitos muito complexos. Norberto Bobbio faz uma
tentativa de diferenciação, explicando que a Esquerda se preocupa com a
igualdade de todas as pessoas como valor supremo, enquanto para a Direita, a
liberdade é o valor supremo, e, isso inclui o direito de competir e lucrar
sobre o outro.
Eu diria que
em Muzambinho é complicado falar em Esquerda e Direita, mas sendo possível
falar em Forças Progressistas e Conservadoras.
Américo Luz
foi um progressista ao seu tempo, bem como seu sogro Cesário Coimbra. Mas a
descendência dos Coimbra sempre foi conservadora, por defender uma nova ordem. Aristides
Coimbra era progressista quando debatia com Júlio Tavares, mas se tornava
conservador quando duelava nos argumentos com Lycurgo Leite.
No atual
cenário eu vejo as Forças Progressistas de forma pouco pragmática, com pouca competência
técnica e sem qualquer tino para a política. Essas Forças não utilizam bem a
mídia, não se articulam, não se manifestam na rede social, não possuem
organização e não se submetem a nenhuma liderança: vivem num estado de
anarquia, competição e disputa de poder. A vaidade é uma marca maior do que a
falta de conhecimento.
As Forças Conservadoras possuem uma visão
clientelista de Muzambinho, extremamente bem articulados com a mídia, entendem
que a sociedade é divida entre os pobres que merecem ajuda e esmolas, e a “nata
da sociedade” (termo utilizado pela vereadora Silene Cerávolo algumas vezes). A
visão desses políticos é de uma Muzambinho com indústrias e empregos e com uma
falsa idéia de que o progresso está relacionado com as obras realizadas e as
verbas recebidas de deputados.
Cabe
ressaltar que pessoas cuja honestidade é duvidosa compõe esse grupo
clientelista. Essas forças preocupam muito mais com a sua popularidade e com a
jogada de marketing fruto dos resultados do que com o bem comum e com a
melhoria de vida da população.
Não é
difícil perceber que as Forças Conservadoras conseguem maior apoio popular,
pois vencem com marketing e benefícios privados superando os públicos.
PAULINHO MAGALHÃES
Paulinho Magalhães
é um bom homem e é bisneto de um dos mais importantes progressistas de nossa
história: Heleodoro Mariano de Almeida.
Mas Paulinho
Magalhães surgiu na política por indicação do ex-prefeito Esquilo, e, com
Esquilo se manteve na política, e lá aprendeu com o grupo esquilista a fazer
política de um modo conservador.
De
honestidade inquestionável, simpatia, carisma, inteligência, humildade e bom
caráter, Paulinho Magalhães é um homem com predicados para ser um bom administrador,
sem a húbris típica do prefeito Ivan. Talvez tenha o preparo para ser um
prefeito (que Ivan não tem e não aprendeu governando). Mas há muitos poréns.
O primeiro
porém é que Paulinho Magalhães não tem a ardência necessária para um candidato
a prefeito que concorre com um candidato bem articulado e popular com o
ex-prefeito Esquilo. A rapidez do raciocínio e a malícia de Esquilo derrubam
Paulinho como a rainha acabando com um peão prestes a chegar ao outro lado do
tabuleiro. E Esquilo conhece Paulinho, e não tem medo de utilizar ardilosas
técnicas de ataque para vencer.
O segundo
porém é que Paulinho Magalhães carrega com ele um grupo de pessoas
historicamente conservadoras e descompromissadas com as ideologias políticas
progressistas ligadas aos políticos que elegeram Nilson Bortolotti, Marco Régis
e Ivan nos últimos 34 anos.
A eleição de
Paulinho é inexequível. Não vejo a mínima possibilidade de que Paulinho tenha
mais votos que Esquilo em quaisquer circunstâncias.
E se as
forças progressistas apoiarem Paulinho, estarão dando vitória ao ex-prefeito
Esquilo.
MARCO RÉGIS
Ivan esfacelou com dois grupos políticos de Muzambinho: o de Ivan e o de
Marco Régis. Esses grupos só existem enquanto existir a fonte pagadora do
município e algumas células em torno de um ou outro líder, como Cléber Marcon,
Marco Régis e Roosevelt.
A inércia do
grupo em tentar forçar Ivan a governar (ao invés de desgovernar) gerou o
esfacelamento do grupo. Ivan será lembrado como quem colocou um ponto final nas
carreiras políticas de muita gente em Muzambinho.
Ivan abriu
mão de ser candidato e tem noção de sua baixa popularidade.
Marco Régis
pode ser uma alternativa para prefeitura, mas, age de forma pouco pragmática.
Pela primeira vez afastado por muito tempo da política formal, ainda que
agregue muita gente, não é prático, e gera uma situação de desespero no grupo
político.
Além disso,
Marco Régis tem convicções firmes que não abre mão de forma alguma.
É um
progressista, e, obviamente, tem meu voto e o voto de todos militantes de
esquerda de Muzambinho que não desejem anular seu voto. Mas não está se mexendo
da forma necessária para vencer uma eleição.
PSOL
Muzambinho criou o PSOL com um direito composto por inúmeros intelectuais
da esquerda, incluindo meia dúzia de professores do IFSULDEMINAS.
Lindos
discursos, possibilidades reais, porém, preferem os discursos e as convicções.
A postura do PSOL só colabora com a eleição do mais conservador dos candidatos
de Muzambinho: Esquilo.
Entre agosto
e setembro tentei dialogar com eles, mas foi impossível. A utopia não permite a
realização de meio sonho quando não se abre mão de alguns detalhes para fins
maiores. Eu não consegui.
ESQUILO
Esquilo será candidato com provavel apoio de apenas dois vereadores: João
Pezão e Silene Cerávolo, dois dos mais conservadores da Câmara, e, apesar de
ser o campeão de rejeição no município – sendo mais rejeitado do que Marco
Régis, Ivan ou Paulinho – é o que possui maior número de apoiadores certos no
município.
Lembremos
que em 4 eleições consecutivas ele obteve 40% do eleitorado, independente de
quem estivesse com ele.
E com ele
continuam Marinho Menezes, Luís Ricardo Bonelli e tantas outras figuras bem
conhecidas de nossa cidade, que – a menos que ocorra um milagre – voltarão ao poder, e com menos espaço a ser
dividido.
No atual
cenário distópico, o candidato com mais chances de se aproximar de Esquilo em
votos é o próprio Ivan, por mais que tenha feito um governo catastrófico, ainda
tem uma capacidade de obter votos que Paulinho não conseguirá.
Ao que
parece, Esquilo está numa disputa fácil, lhe entregue de mão beijada pela
ineficiência completa do governo de Ivan.
EMIDINHO MADEIRA
O deputado mineiro de Nova Rezende, por mais simpático que seja, por mais
força popular que de fato tem em nossa região, não consegue operar milagres.
E falo isso
pois Emidinho não é um estrategista e tampouco parece ter influência sobre o
seu próprio eleitorado. O povo vota no Emidinho pela sua própria personalidade
e forma de abordar as pessoas. Ele é obstinado, fala bem, mas não acredito que
seja capaz de transferir votos.
Na ilusão
com Emidinho, Roosevelt e Cléber Marcon ainda alimentam alguma esperança de
eleição, seja com Roosevelt ou Cléber na cabeça, ou com Cléber sendo vice de
Paulinho.
Acredito que
a única forma que Emidinho poderia ajudar qualquer um dos seus aliados é
utilizando artifícios “de baixo nível” para divulgar fatos e informações que
denigram o ex-prefeito Esquilo. Fora isso é impossível.
Não vejo a
possibilidade de Emidinho transferir votos de um prefeito aqui em Muzambinho.
Mera ilusão que só os políticos enxergam.
UM NOVO NOME
Foram cogitados Edinho da Pavidez e Celinho Sales, que, apesar de
potencial de voto, ainda não entenderam que com a capacidade que tem, seriam
mais poderosos do que já são se fossem prefeitos. Provavelmente temem prejuízos
nos negócios com uma eventual candidatura, mas isso pode ser ingenuidade.
Também foi
cogitado, de forma mais sensata, o nome do Créucio da Padaria, porém, o mesmo,
de forma precipitada, já desmentiu, mostrando que é ótimo empresário, mas pouco
articulado na conquista do poder. Seria talvez uma possibilidade para as forças
progressistas.
Outro nome,
talvez mais viável, é de Altamiro Mello, que demonstra compromisso social com
Muzambinho e atuação nos bastidores da política. Também teme prejuízos
financeiros, mas, é um progressista, com chances de transformar Muzambinho.
O PT
Em Muzambinho nunca existiu PT.
Só que
entrou “na moda” entre a juventude de Muzambinho ser de esquerda. Meninas
beijando meninas para demonstrar formas de poder. Defesas de ideais.
Manifestações no Facebook em favor do feminismo, da liberação sexual, etc, etc.
E rejeitando
a política de Aécio, a juventude votou no PT. E votou no PT por nojo à lambança
feita com a Educação Pública e com os Professores nos 12 tristes anos do PSDB.
O PT em
Muzambinho não tem a condição de mudar ou alterar qualquer cenário eleitoral.
O Odair
Cunha não percebeu que o barco do Ivan já afundou. Na hora que ele perceber,
não sei que vantagem terá para a nossa cidade alguém tão poderoso no governo
mineiro.
Por isso é preciso aproveitar o
máximo da atenção que o deputado dispõe à nossa cidade.
PADRE FRANCISCO E PADRE
GUARACYBA
Eles exerciam um bom trabalho político em Muzambinho, com uma oposição
forte ao Esquilo, e de caráter progressista. Mesmo fora de Muzambinho eles
ainda mantiveram certa influência na cidade, mas, se eles não se mexerem, 2016
será o último ano que eles tiveram qualquer influência na cidade.
O desgoverno
do Ivan e a inércia dos Padres em tentar mudar alguma coisa os tiraram do foco
político da cidade.
Eles se
meteram em todos os governos, e, de forma positiva e politizada, que ajudavam a
manter um grupo estruturado no município.
OTÁVIO SALES
Otávio Sales, eu, não serei candidato
e não é pela Lei da Ficha Limpa.
Se eu
tivesse no governo do Ivan, eu sozinho conseguiria que o governo dele não fosse
tão fracassado como foi. E isso não é arrogância: eu convivi por 5 anos e meio
com aquelas pessoas e conheço a limitação da maioria delas, e sei exatamente
como ajudar, como fiz com a gestão do Marquinho da Empresa, que me alçou para
presidência da Câmara.
Fui tirado
da Presidência da Câmara pela vaidade alheia e por eu ter tergiversado e ouvido
eu não deveria ouvir.
Há
jurisprudência que diz que eu sou elegível, pois, no meu caso, a inegibilidade
se dá pela minha demissão da EE Prof. Salatiel de Almeida em 2010. Porém, não
fui demitido pelos itens identificados na alínea “a” do inciso I, e, portanto,
há entendimentos nas eleições de 2012 e 2014 que liberaram as candidaturas.
Mas eu caí
no ostracismo pela traição de Ivan. E quem se ferrou mais do que eu foi o Ivan:
eu voltarei para a política e Ivan morreu politicamente no futuro e maculou seu
passado como o pior prefeito da História e Muzambinho – coisa que até mesmo seu
próprio grupo político acha.
Não sou
candidato, pois, vou primeiro reconstruir meu nome com o meu trabalho social de
ajuda aos estudantes, com meu trabalho como educador (feito de forma
competente), com minhas pesquisas de História de Muzambinho e com a
reconstrução das minhas idéias na sociedade.
Essa
reconstrução seria mais fácil com Ivan, Marco Régis ou mesmo Paulinho como
prefeitos. Na administração do Esquilo será bastante complicado, mas, estarei
trabalhando bem feito nas minhas bases e vou reconstruir um grupo político.
Construirei
um grupo político composto pelas forças progressistas do município, mas, de
forma pragmática.
Grupos
acéfalos como os de Ivan e Paulinho tendem a virar luta de vaidades. Grupos
centrados em um nome como o de Esquilo e de Marco Régis, onde o líder é bem
definido, não possuem esse embate desgastante.
O meu grupo
será baseado em idéias que pretendo desenvolver para Muzambinho, e, eu pretendo
ser candidato a prefeito de Muzambinho, em 2020 ou 2024, com objetivo de
transformar.
Sim. Otávio
Sales não é candidato, pois, eu posso me queimar, sendo barrado novamente pela
Lei da Ficha Limpa e tendo que perder meu tempo brigando na justiça, enquanto
poderia utilizar esse tempo cuidar de ajudar estudantes e trabalhar pela
melhoria de Muzambinho.
Não serei
candidato pois com o meu trabalho e competência nos próximos 4 ou 8 anos posso
conquistar a confiança do povo de Muzambinho. Eu conheço meus conhecimentos,
meu talento e meu diferencial.
Não serei
candidato pois isso me obrigaria a me afastar da EE Prof. Salatiel de Almeida
no primeiro ano que retorno à Escola, e não quero isso agora.
Não serei
candidato, e de todos esses nomes eu apoio APENAS Marco Régis, sendo que em
qualquer outra situação eu me reservarei a votar apenas, sem declarar apoio.
Mas não saí
da política. Continuarei militando, brigando, defendendo a minha cidade, a
minha Jerusalém que é Muzambinho. E
ainda serei prefeito dessa cidade.